Especialmente no verão a água tem que estar presente em abundância. As desordens que a desidratação produz em nosso organismo podem chegar a ocasionar transtornos bastante graves. Em primeiro lugar é preciso ter em conta que a água é responsável por funções tão importantes como as reações celulares, o transporte de substâncias e é o principal regulador térmico de nosso organismo.

Aprenda a “regar-se”
Procure que todos estes hábitos sejam tão mecânicos como o ato de pedalar, assim você sempre estará pronto para dar o melhor, não terá crises nem sensações estranhas sobre a bicicleta e se recuperará muito mais rapidamente.

– Antes de sair, entre 30 ou 60 minutos, e sobretudo se a prova ou o treinamento vai durar mais de uma hora, é preciso beber cerca de meio litro de água, tenhamos sede ou não. Desta maneira incrementamos a capacidade térmica de nosso corpo. Se a sessão de bicicleta vai durar uma hora ou menos, não é necessário se hiperhidratar.

 Durante o exercício: Com certeza você já ouviu alguém dizer que “é preciso beber antes de ter sede!” A sede não é um alarme que antecipa, e sim um sintoma de algo que já está acontecendo. Beba regularmente, cada dez ou quinze minutos, inclusive para manter um nível agradável de umidade na boca. Uma garrafa de água de 500 cc não deveria durar mais de uma hora e 15 minutos. Se você vai subir muito ou prevê uma situação de grande esforço, beba antes, já que em situações de intensidade física o esvaziamento gástrico é muito mais lento e custará assimilar a água, os sais e os carboidratos no caso de você levar uma bebida isotônica. A temperatura do líquido é muito importante, o ideal é que esteja fresco, de 15º a 18º, mas se você tiver que escolher é preferível que esteja quente que gelado, já que os líquidos muito frios passam a baixa temperatura ao intestino e podem causar incômodos intestinais.

– Depois do exercício: Pese-se antes de sair. Quando chegar de uma pedalada de duas horas ou mais, você notará que perdeu facilmente um quilo, beba até que seu peso tenha se regularizado. A urina também é um bom parâmetro para comprovar nosso nível de hidratação. Quando a urina estiver muito clara, já teremos um indicador confiável de nosso nível de recuperação hídrica.  Uma ducha morna, quase fria, nos tirará “o fogo das veias”.

ISOTÔNICOS

No verão o suor acelerado é algo comum. Nestas situações a água é necessária mas não é suficiente, considerando o nível de exigência a que submetemos o corpo.  Além de líquido eliminamos um grande número de sais e nosso corpo, no esforço de manter uma temperatura correta, também requer mais recursos energéticos que o normal. Os sais minerais se encarregam de numerosas funções neuronais e musculares, que regulam entre outras coisas nossa capacidade de concentração e diretamente a contração muscular.

Em uma bebida isotônica, por norma, encontramos água, sais e carboidratos. Dependendo do grau de concentração da bebida (osmolaridade) obteremos uns efeitos ou outros. Bebidas hipotônicas, com baixa concentração de sais e carboidratos, são absorvidas rapidamente e são especialmente recomendáveis quando necessitamos ingerir muito líquido, por exemplo: quando você chega em casa com uma preguiça descomunal ou na metade de uma corrida de alta intensidade na qual você precisa de  líquido “enriquecido” e de rápida assimilação. Uma bebida isotônica, as que têm a mesma concentração que os líquidos do organismo e as que você pode comprar já preparadas, são ideais porque contêm uma boa relação entre hidratação e reabastecimento, que em situações de máximo esforço podem resultar pesadas mas que para o nível normal de esforço de treinamento são perfeitas.

As bebidas hipertônicas cumprem basicamente funções energéticas com uma alta concentração em carboidratos e proteínas. Estas bebidas não são nada recomendáveis durante o esforço, mas são muito úteis para se alimentar de maneira rápida na fase de recuperação ou em horas prévias, duas ou três, a um esforço.

Com isto, se você leva duas garrafas, ou uma garrafa e uma mochila de hidratação, pode preparar um com bebida hipotônica, que usaremos de modo geral, e outro com bebida isotônica à que recorreremos buscando um pouco mais de energia.

A MOCHILA DE HIDRATAÇÃO

A mochila de hidratação tornou-se uma descoberta que, em pouco tempo, passou a ser um complemento inseparável das costas de muitos usuários. Facilitamos alguns conselhos para que você otimize suas capacidades e faça corretamente sua manutenção.

Como limpo a mochila?
– Quando chegar em casa o primeiro que você deve fazer é soprar pelo canudo, de maneira a eliminar a água que fica no seu interior. Depois retire o líquido da bolsa e volte a fechá-la. Agora aspire pelo canudo e tire todo o ar que esteja no interior da bolsa. Desta forma criamos certo vazio e reduzimos consideravelmente a aparição de fungos.

– Algumas marcas oferecen pastilhas de limpeza e inclusive kits com escova para limpar o canudo. Estes sistemas certamente são muito cômodos já que vem prontos e desenhados especificamente para este fim. Se você prefere fazer de maneira caseira pode diluir uma tampinha de água sanitária em dois litros de água, e deixar em repouso durante um par de horas agitando-o para que araste todas as impurezas. O processo de desinfecção é bastante efetivo, mas mesmo depois de enxaguar a bolsa mantém certo gosto de água sanitária, por isso é conveniente enchê-la com água com limão.

– Lembre-se de que a mochila é como se fosse mais um vestuário. Lave-a de vez em quando porque se não acabam cheirando muito mal.

– De pouco vale tanta higiene se quando você larga a mochila seu bocal fica encostando no chão, tenha isso em conta.

Como encho a mochila?
– Na bolsa não é preciso ficar ar dentro, se não, quando você a sugar, o canudo se encherá de ar e ficará difícil puxar a água. Já há bolsas que têm uma válvula específica para o esvaziamento de ar, mas o melhor é enchê-la, girá-la para que as bolhas fiquem na junção da bolsa com o tubo e sugar todo o ar para que fique sem nenhum, assim você poderá beber até a última gota sem problema algum.

– Assegure-se de que todas as juntas do tubo, tanto com a bolsa como com o bocal, estejam bem ajustadas, se não quando você colocar dentro da mochila e submeter a pressão, pode “explodir” e você vai se empapar além de perder um de seus pertences mais valiosos sobre a bicicleta: a água.

– Tenha em conta que sua bolsa, além de ser um oásis portátil, é um elemento de proteção excepcional para suas costas em caso de queda. Se você introduz ferramentas ou qualquer objeto rígido na bolsa, assegure-se de que estejam sempre na parte mais exterior, ficando a bolsa de água no meio como elemento amortecedor.